Alterações Climáticas: Adaptação

Tudo se reduz à natureza

O Plano Municipal de Ação Climática de Braga inclui uma análise aprofundada dos riscos climáticos, que está a ser traduzida no Plano Municipal de Emergência de Proteção Civil (PMEPC), e estão a ser implementadas várias iniciativas para adaptar o território aos seus impactos, como a criação do novo Parque das Camélias (que funciona como um laboratório vivo de Adaptação às Alterações Climáticas), a reabilitação do Monte do Picoto (tornando-o no maior parque urbano com floresta autóctone do país) e o Parque da Ponte. A regularização e naturalização das massas de água, o plano de arborização implementado desde 2014 e o sistema de alerta meteorológico e respetivas medidas de controlo para minimizar os danos colocam Braga como um município na vanguarda da adaptação climática.

Boas práticas

Descrição e objectivos

A Quinta Pedagógica foi inaugurada em 2004. Surgiu como uma resposta inovadora ao facto de as crianças manterem a ligação à natureza e ao mundo rural. A quinta tem 2,5 ha, é uma quinta rural e tipicamente minhota que foi totalmente adaptada para receber visitantes em contexto pedagógico. A Quinta Pedagógica de Braga foi a primeira do país a ser registada no Ministério da Agricultura. Até dezembro de 2023, a quinta recebeu 573.361 visitantes, sendo que no último ano foram registados 50.187 visitantes. Durante a visita à quinta, as crianças têm um contacto direto com as diferentes espécies animais (principalmente gado) e raças portuguesas (galinhas, patos, burros, gansos, vacas, cavalos, ovelhas, cabras, porcos) características da paisagem tradicional minhota. As pessoas que visitam a quinta pedagógica aprendem a distingui-los, conhecem os seus ciclos de vida e o seu bem-estar. Além disso, há actividades agrícolas que decorrem ao longo do ano, melhorando o contacto com o solo, através da agricultura biológica, fazendo compostagem, jardinagem, sementeira, plantação e rega das plantas com voluntários e crianças, também no pomar que tem variedades regionais específicas (macieiras, pereiras, pessegueiros). É promovida a fertilização orgânica do solo, utilizando estrume para fazer composto e outros resíduos verdes para manter um solo saudável (reciclagem de nutrientes), rotação de culturas e consociações, promovendo a biodiversidade, não utilizando pesticidas nocivos, protegendo as águas subterrâneas e superficiais, ensinando técnicas orgânicas às crianças em todas as visitas guiadas. Existe um novo centro ambiental para promover a educação dos visitantes para a sustentabilidade. A proteção do ambiente é também um dos principais objectivos desta quinta pedagógica. Pretende-se sensibilizar as crianças para as questões ambientais, nomeadamente a sua importância para o bem-estar das pessoas e dos habitats, especialmente num contexto de alterações climáticas.

Impacto atual e/ou potencial futuro

Ambiental

  • Educação e sensibilização ambiental das crianças e da população em geral

Social

  • Trabalho voluntário e bem-estar social

Económico

  • Ofertas de produtos
  • Promoção das actividades agrícolas

Contribui para as transições de sustentabilidade

  • Transição verde
  • Transição energética
  • Transição climática
  • Transição social

Carácter inovador e potencial de reprodução noutras cidades

Com 20 anos de experiência, a Quinta Pedagógica de Braga pode ser replicada para outras cidades, até porque o contacto com espaços verdes nas cidades é uma necessidade reconhecida, com benefícios para a preservação da biodiversidade, das memórias e das tradições (património) de cada região, proporcionando oportunidades de fazer experiências no campo. São mais de 50 actividades à escolha em diferentes temáticas (agricultura, ambiente, cozinha, área equestre).

Envolvimento com as partes interessadas e estratégias de comunicação

O envolvimento é facilitado através do website, Facebook e Instagram, e de parcerias com vários stakeholders (escolas, organizações locais, empresas locais), incluindo algumas que colaboram com a Quinta Pedagógica no âmbito das suas políticas de responsabilidade social (ex. Pingo Doce, Leroy Merlin, Agros).

Contribuição para os Objectivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS)

Descrição e objectivos

Programa de sensibilização ambiental realizado anualmente, durante uma semana, com várias actividades que envolvem a comunidade escolar, empresas, associações e juntas de freguesia. São realizadas várias iniciativas, tais como:

  • Plantação de árvores e arbustos autóctones.
  • Distribuição de sementes e fornecimento de árvores e arbustos.
  • Palestras e apresentações.
  • Exposições.
  • Compromisso - em cada edição é fixado um objetivo para o número de plantações a realizar.

Impacto atual e/ou potencial futuro

Ambiental

  • Preservação do património natural
  • Promoção da biodiversidade
  • Redução dos gases com efeito de estufa e contribuição para a atenuação das alterações climáticas
  • Educação e sensibilização ambiental das crianças e da população em geral

Social

  • Espaço de lazer e recreio
  • Inclusão social (acessível a todos)
  • Promoção da saúde

Económico

  • Desenvolvimento do turismo
  • Atratividade do investimento

Contribui para as transições de sustentabilidade

  • Transição verde
  • Transição climática
  • Transição social

Carácter inovador e potencial de reprodução noutras cidades

Abordagem à educação ambiental e ao envolvimento da comunidade - o envolvimento de múltiplas partes interessadas (incluindo comunidades escolares, empresas, associações e autoridades locais) demonstra um esforço de colaboração para um objetivo comum. Este projeto é significativo devido à escalabilidade e adaptabilidade do programa, podendo as actividades principais ser adaptadas às necessidades e características específicas de diferentes cidades.

Envolvimento com as partes interessadas e estratégias de comunicação

É fundamental compreender os interesses, as preocupações e os potenciais contributos de cada grupo de partes interessadas para o êxito do programa. Assim, o estabelecimento de vários canais de comunicação, como reuniões, e-mails e plataformas de redes sociais, para divulgar informações sobre o programa e recolher feedback das partes interessadas é uma mais-valia para fornecer actualizações regulares sobre o seu progresso, actividades futuras e realizações para manter as partes interessadas informadas e envolvidas. Organizar eventos de envolvimento da comunidade, como a plantação de árvores, apresentações, reuniões escolares e até plogging (uma combinação de jogging e recolha de lixo) para incentivar a participação ativa e o diálogo entre as partes interessadas.

Contribuição para os Objectivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS)

Descrição e objectivos

Esta atividade, associada ao Dia Mundial da Floresta (21 de março) e ao Dia Mundial da Água (22 de março), tem como objetivo valorizar a floresta e os recursos hídricos. A comunidade escolar e os cidadãos são incentivados a plantar árvores e arbustos junto às escolas e residências, possibilitando a rega regular das plantas. Além disso, os participantes são desafiados a adotar e a empenhar-se na limpeza de troços de cursos de água (projeto "Rios"). Para além disso, os indivíduos são convidados a fazer caminhadas até às nascentes destes cursos de água para melhor compreenderem a sua envolvência e importância.

Impacto atual e/ou potencial futuro

Ambiental

  • Preservação do património natural
  • Promoção da biodiversidade
  • Melhoria da qualidade da água
  • Redução dos gases com efeito de estufa e contribuição para a atenuação das alterações climáticas
  • Educação e sensibilização ambiental das crianças e da população em geral

Social

  • Espaço de lazer e recreio
  • Inclusão social (acessível a todos)
  • Promoção da saúde

Económico

  • Desenvolvimento do turismo
  • Atratividade do investimento
  • Melhoria dos serviços ecossistémicos.

Contribui para as transições de sustentabilidade

  • Transição verde
  • Transição climática
  • Transição social

Carácter inovador e potencial de reprodução noutras cidades

Ao tirar partido da importância do Dia Mundial da Floresta e do Dia Mundial da Água, o projeto capitaliza a sensibilização e a dinâmica existentes em torno destes eventos globais. Um aspeto inovador é a ênfase na participação prática, em que tanto a comunidade escolar como os cidadãos estão ativamente envolvidos na plantação de árvores e na adoção de secções de cursos de água. Esta abordagem não só promove a gestão ambiental, como também fomenta um sentido de propriedade e responsabilidade entre os participantes relativamente aos seus ecossistemas locais. Além disso, a integração do projeto "Rios", que envolve a adoção de secções de cursos de água e a limpeza de cursos de água próximos, demonstra um esforço de colaboração para melhorar a qualidade da água e a saúde dos ecossistemas. Esta abordagem de colaboração pode servir de modelo para outras cidades que procuram enfrentar desafios ambientais semelhantes.

Envolvimento com as partes interessadas e estratégias de comunicação

As estratégias de comunicação incluem o aproveitamento dos dias de sensibilização existentes (Dia Mundial da Floresta e Dia Mundial da Água) para gerar interesse e participação, bem como a utilização de vários canais de comunicação, como as redes sociais, reuniões comunitárias e materiais educativos para divulgar informações e envolver as partes interessadas.

Contribuição para os Objectivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS)

Descrição e objectivos

Em 2013, o Município de Braga criou o Departamento de Desenvolvimento Rural, implementando medidas de promoção e valorização das zonas rurais. Uma dessas medidas foi o apoio à criação e expansão de Hortas Urbanas, nomeadamente comunitárias, sociais, inclusivas e educativas. Inicialmente, Braga tinha uma horta comunitária em Parada de Tibães, que ainda hoje existe. Desde então, o Município, em conjunto com as Juntas de Freguesia, facilitou a criação de sete novas hortas em funcionamento. Atualmente existem 10 hortas urbanas (com mais de 30 000 m2 de área cultivada por cerca de 2 mil habitantes), 33 hortas escolares (com 3 136 m2) e 5 hortas sociais (com 462 m2). Estes projectos de hortas urbanas visam recuperar a biodiversidade, promover a circularidade da matéria orgânica, promover a mitigação e adaptação às alterações climáticas, criar hábitos de consumo saudáveis e proporcionar momentos de partilha, aprendizagem e convívio entre os seus utilizadores.

Impacto atual e/ou potencial futuro

Ambiental

  • Promoção de práticas sustentáveis
  • Promoção de métodos de agricultura biológica
  • Contribuição para a saúde e a resiliência do ecossistema local
  • Redução dos gases com efeito de estufa e contribuição para a atenuação das alterações climáticas

Social

  • Contribuição para uma compreensão mais profunda da vida e das tradições rurais.
  • Inclusão social (acessível a todos)

Económico

  • Desenvolvimento do turismo
  • Apoiar a agricultura local
  • Promoção da agricultura de auto-consumo
  • Apoio económico aos beneficiários

Contribui para as transições de sustentabilidade

  • Transição verde
  • Transição climática
  • Transição social

Carácter inovador e potencial de reprodução noutras cidades

A criação e expansão de hortas urbanas demonstra uma abordagem inovadora ao planeamento urbano e ao desenvolvimento comunitário. Ao integrar as iniciativas de hortas urbanas na sua estratégia de desenvolvimento rural, Braga demonstrou um empenhamento na promoção de práticas de vida sustentáveis, no reforço da segurança alimentar e na promoção do envolvimento da comunidade. Este modelo tem potencial para ser replicado noutras cidades que procurem enfrentar desafios semelhantes, como a promoção de espaços verdes, a melhoria do acesso a produtos frescos e o reforço dos laços comunitários.

Envolvimento com as partes interessadas e estratégias de comunicação

A Quinta Pedagógica publicou a brochura técnica 'Rede de Hortas Urbanas de Braga,' que promove o conhecimento sobre a agricultura urbana. Ao envolver as Juntas de Freguesia e colaborar com as comunidades locais, o Município assegura que o desenvolvimento das hortas urbanas é inclusivo e responde às necessidades dos cidadãos. Adicionalmente, canais de comunicação eficazes, tais como apresentações e plataformas de redes sociais, facilitam o diálogo contínuo e a partilha de informação.

Contribuição para os Objectivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS)

Referências

Plano Municipal de Ação Climática I de Braga (MPCA)

Plano Municipal de Ação Climática II de Braga (MPCA)

Resumo do Plano Municipal de Ação Climática de Braga (MPCA)

Estratégia de adaptação às alterações climáticas

Estratégia de adaptação às alterações climáticas

Estratégia de adaptação às alterações climáticas

Inventário das árvores plantadas em Braga

Agricultura urbana Lameiras

Brochura da Rede de Hortas Urbanas

Parque das Camélias

Parque da Ponte

Parque das Sete Fontes

Parque do Picoto (Monte do Picoto)

Parque desportivo do Picoto

Ecopata do Rio Este

Guia Verde para Braga

Regularização e naturalização da ribeira de Panoias e do rio Torto

"Projeto "Oxigenar Braga

"Projeto "Florestar Braga

Recuperação do solo e das linhas de água após os incêndios de 2017

Rede de Percursos Pedestres de Braga com 280 km - Braga Explorers, em implementação desde 2017

Rede de Percursos Pedestres de Braga

Parceria com a Associação Natureza Portugal / WWF

"Projeto "Cuidar Braga

Elevador de Água do Bom Jesus

Projeto Three4Climate

Cidades NetZero

Soluções baseadas na natureza

Plano de Ação para a Energia Sustentável e o Clima

Estudo de Avaliação do Potencial Solar e Bio-roofs em Braga

Quinta Pedagógica

Plano de Mobilidade Urbana Sustentável

Soluções Baseadas na Natureza - Projeto NBRACER