Resíduos e Economia Circular

A 1ª e 2ª fase do projeto "Agora Sim. Nada se Perde!" estão a ser desenvolvidas durante os próximos 3 anos, e irão abranger 4 áreas residenciais, com um total de 4 850 agregados familiares e 10 310 habitantes. Atualmente, o projeto-piloto funciona em duas zonas da 1ª fase, envolvendo 1583 agregados familiares e cerca de 3500 habitantes, tendo já aderido 1205 agregados familiares. Prevê-se que todo o concelho seja abrangido por esta recolha selectiva até ao final de 2025. Será entregue um kit específico para a correcta separação dos resíduos alimentares em casa. Prevê-se uma taxa de valorização de biorresíduos correspondente a uma fração de 25% do total de resíduos domésticos no primeiro ano, com uma melhoria de desempenho para 30% no segundo ano e 35% no terceiro ano, que é, atualmente, quase a totalidade da fração de biorresíduos incluída no total de resíduos urbanos.

A AGERE está a desenvolver um projeto de recolha selectiva de resíduos verdes em cemitérios e grandes produtores, como empresas dedicadas à jardinagem. Nos cemitérios de maior dimensão serão colocados 11 contentores bilaterais, e 113 contentores tradicionais de plástico nos cemitérios de menor dimensão, onde se prevê uma menor produção de resíduos. Serão ainda implementados 9 contentores em zonas pré-definidas caracterizadas pela existência de habitações unifamiliares com grandes áreas agrícolas ou florestais, de elevado valor patrimonial e onde predominam empresas de serviços de jardinagem. Durante o projeto estima-se uma recolha anual de 1 268 toneladas de resíduos verdes.

Segue-se uma lista não exaustiva de boas práticas de algumas empresas locais:

• GRUPO CASAISA empresa de construção civil, sediada em Braga, é pioneira e uma referência na construção sustentável em Portugal. Tem liderado a transição sustentável no sector da construção através de um sistema inovador, uma solução industrializada que permite uma montagem e desmontagem simples, com estruturas e fachadas pré-fabricadas. Em comparação com o método de construção tradicional, este modelo híbrido reduz a pegada de carbono em 60%, reduz a produção de resíduos em 60%, reduz a poluição sonora local em 50% e ainda aumenta a eficiência energética em 10%.
  
  
• GRUPO DSTA empresa de construção civil 60%, sediada em Braga, desenvolveu uma gama de betão estrutural e betão ecológico a partir de resíduos de construção e demolição 60% e de subprodutos da indústria siderúrgica. O objetivo é reduzir drasticamente a utilização de recursos naturais e de produtos de elevado consumo energético nas futuras construções. A tecnologia industrial para a criação desta gama de betão estrutural e betão betuminoso foi desenvolvida no âmbito do projeto CirMat (CIRcular aggregates for sustainable road and building MATerials).
  
  
• AGEREempresa pública responsável pela gestão dos sistemas de água e águas residuais do município, recuperou 32,8 toneladas de resíduos de lamas de tratamento de águas residuais em composto desde 2019 e reutilizou 269 810 m3 de águas residuais tratadas para fins menos exigentes.
  
  
• AMBIBÉRICAA empresa de reciclagem de redes de pesca, sediada em Braga, contribuiu para a reciclagem de mais de 4 milhões de toneladas de resíduos de redes de pesca desde 2014, que são transformados em novos produtos, como correntes, tapetes, vestuário e tecidos técnicos.
  
  
• FONTETEXTILA empresa têxtil de Braga iniciou um projeto de "2ª Volta" que permite aos clientes reciclar resíduos de corte e peças em fim de vida e transformá-las em novas malhas.
  
  
• DSTELECOM em parceria com a SERNIS - duas empresas de Braga - acaba de anunciar o lançamento do SR-ECO-BALI, um sinalizador de trânsito ambientalmente revolucionário a nível mundial, construído a partir de resíduos de cabos de fibra ótica. Só no ano passado, a empresa DSTELECOM gerou 39 toneladas de resíduos de cabos de fibra ótica que, desta forma, poderão ser reutilizados como matéria-prima para o SR-ECO-BALI e reduzir a quantidade de resíduos em cerca de 42%.

A "re.store" é uma marca cujo lançamento em novembro de 2019 foi apoiado pela Câmara Municipal de Braga no âmbito da sua política de sustentabilidade durante a Semana Europeia da Prevenção de Resíduos. A marca têxtil "re.store" (www.restore.com.pt) desenvolve-se sobretudo no território próximo de Braga, destacando-se pela sua política de sustentabilidade e inclusão social, uma vez que todos os seus produtos são feitos a partir de resíduos, sobras e amostras da indústria têxtil a nível nacional e por parceiros sociais, como utentes de IPSS, causas sociais, envelhecimento ativo, refugiados, prisões, etc. Até à data, foram recuperadas 6,8 toneladas de tecido e acessórios, 60.000,00€ pagos a parceiros sociais e mais de 40 acções pedagógicas de mudança em escolas, universidades e organizações. O território de Braga é indissociável da marca re.store, aqui ficam alguns exemplos:

• A Câmara Municipal de Braga foi o seu primeiro cliente; - A primeira IPSS com que trabalhou foi a de Braga;
• Pertence ao grupo de empresas de aceleração da incubadora de inovação social de Braga, Human Power Hub;
• Lançou a coleção re.store With with Tetribérica no desfile de moda da Associação Empresarial de Braga;
• Tem parceiros sociais em Braga com quem trabalha regularmente;
• Existem várias acções pedagógicas já realizadas nas escolas de Braga, incluindo uma parceria com a Quinta Pedagógica com uma oficina de reciclagem de materiais (tecido e cartão);
• Será feita uma parceria para desfilar com modelos da coleção re.store Wear with Tetribérica no dia 10 de maio de 2024 no evento BragaModa organizado pela Associação Empresarial de Braga

Está previsto um projeto-piloto para a implementação de um sistema de recolha, reciclagem e valorização de vestuário e resíduos têxteis em fim de vida, e a utilização de uma app ou plataforma de economia circular de produtos têxteis - "TO-BE-GREEN APP" - em 6 escolas e 1 edifício municipal. A app permitirá aos seus utilizadores a entrega de vestuário em fim de vida, suportada num sistema de atribuição de pontos pelas entregas de cada utilizador registado e permitindo a posterior obtenção de outros artigos de vestuário ou outros produtos de economia circular com os pontos acumulados, assegurando a rastreabilidade de cada peça de vestuário entregue através da atribuição de um código único automático, suportado nas tecnologias QRCODE, RFID e NFC, e recorrendo a ferramentas de análise e tratamento de dados, de acordo com as novas tendências da Indústria 4.0. Os "SACOS CIRCULARES" necessários para a recolha e depósito temporário das entregas de vestuário serão colocados num total de 10 pontos de recolha seleccionados pela Câmara Municipal.